sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Bodas de 60 anos de casamento






CURIOSIDADES, HÁBITOS E COSTUMES
Por M.Paulina

Saudações expedicionárias, não há quem não saiba, na família, como devemos nos reportar ao nosso comandante e patriarca. Um homem de feitos raros. Lutou a maior guerra da humanidade, sem perder a sua própria. Voltou vitorioso, e foi vitorioso ao conquistar um dos corações mais nobres das redondezas.

Teve 11 filhos. Chegou aos 60 anos de casado e agora sopra 90 velinhas. Quantas pessoas podem se gabar de tanto em tão poucas linhas!

Sua sabedoria se estende além da capacidade de escolher um ótimo queijo minas para misturar ao melado caseiro sempre feito por ele mesmo Ou em memorizar cartas dos adversários no buraco, terreno duro de ser batido. A ponto de alguns guardarem como troféus os canhotos que demonstram as parcas conquistas.

Homem precavido e tradicional guarda ainda costumes de homens de uma época de elegância. Quando chapéu e terno eram trajes obrigatórios para ir às ruas. Tempo em que alfaiatarias viviam movimentadas e ocupavam os pontos mais nobres do comércio. Claro que se modernizou, mas não tente encontrá-lo de bermudas e se quiser saber as horas, não procure em seu pulso, pois o relógio é de bolso. Na mesa, a cabeceira é lugar reservado. Mas não tem qualquer dificuldade de se servir. Sabe bem que esse é um momento em que ninguém tem braços curtos. Solidário, chama o visitante a se juntar ao banquete. Opa, vamo chegâ. Mesmo que ninguém
esteja junto à janela e, mais uma vez, os presentes caiam na piada.

Se mineiro não perde trem, deve ter aprendido muito bem a como ser precavido desde cedo. Carrega sempre consigo uma caneta pronta a atender aos mais variados usos. Inclusive no casamento da filha Paulina. Se a caneta oficial para consumar o casório havia desaparecido, salvou o dia oferecendo a sua. Até hoje presente nos álbuns de recordação. Quando seguia pra roça, além da caneta, trazia sempre no bolso canivete, sacola de supermercado e barbante. Se a
oportunidade se apresentasse, descascava e degustava uma laranja junto ao pé. Em seguida enchia a sacola e garantia a vitamina C orgânica da semana.

Sua assinatura também passa pelos carros da família. Todos devem carregar o adesivo da FEB. Impõe respeito. Não é para menos, depois de toda a bravura demonstrada pelos brasileiros na Segunda Grande Guerra.

Mas se naquele tempo a cobra fumava e o bicho pegava, Chiquinho da Taquara, hoje é visto e lembrado pelo coração grande, paciência e benevolência. Talvez os filhos consigam se lembrar de algum puxão de orelha corretivo do vovô, mas os netos, duvido muito. Assim é Francisco, homem de legado forte, atitudes surpreendentes e curiosidades marcantes.
Arrivederte!

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